As cidades gêmeas de fronteira contam com dinâmicas próprias, geradas por práticas sociais, comerciais e culturais intensas e diversas do restante dos países. Nestas regiões, as e os jovens se revelam como um grupo de maior exposição e vulnerabilidade, principalmente em termos de acesso ao trabalho formal, a uma educação de qualidade ou a serviços de saúde adequados.
Além disso, questões mais específicas como proteção social no outro lado de fronteira, migração forçada, constituição de famílias binacionais, questões de gênero e referentes a grupos étnicos e raciais, seguem impactando estas populações, que foram imensamente afetadas pela pandemia do Covid-19 e o fechamento de fronteiras, que muitas vezes cruzavam para estudar, trabalhar, se relacionar ou se entreter.
Estes impactos já foram observados em dois estudos do projeto (atualmente em fase de revisão e edição), que buscaram entender como as juventudes de fronteira foram afetadas no âmbito de suas vidas e da saúde. Segundo o consultor do projeto, Fabricio Vazquez, um dos principais impactos observados foi em relação ao que ficou denominado como “delay social”, com a suspensão de atividades, de sonhos, de iniciativas e projetos. Muitos jovens deixaram seus empregos, abandonaram carreiras e cursos acadêmicos, e passaram por situações de stress, desânimo e intensa preocupação com o futuro.